Como posso ajudar casais que sofrem de infertilidade?

De acordo com dados de 2022 da Associação Portuguesa de Fertilidade, 300 mil casais em Portugal sofrem de infertilidade. Isto significa que, estando a tentar conceber há mais de um ano, tendo regularmente relações sexuais sem recurso a contracetivos, o casal não consegue obter gravidez.

Sendo esta uma situação que pode interferir com a saúde mental dos casais, pelo stress e ansiedade que pode causar, a verdade é que, hoje em dia, a eficácia dos tratamentos de infertilidade é muito maior do que era há algumas décadas. Além disso, qualquer pessoa saudável e em idade fértil pode ajudar casais que sofrem de infertilidade.

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Quais as causas para a infertilidade conjugal?

A infertilidade pode ser motivada tanto por causas masculinas como femininas, como por causas em ambos os membros do casal. Segundo a Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, 30% a 40% dos casos de infertilidade têm origem na mulher, 30% a 40% no homem e, em 20% das situações, ambos têm alguma razão que origina a situação de infertilidade.

Os hábitos alimentares e estilos de vida de ambos os membros do casal, o peso corporal (deficiente ou excessivo), a toma de alguns medicamentos, os possíveis hábitos de consumo de tabaco, álcool ou outras substâncias e a exposição a radiações, entre outros, são fatores que podem afetar, em geral, a fertilidade feminina e masculina. Além disso, existem causas específicas que provocam infertilidade no homem e na mulher.

Infertilidade feminina e masculina: quais as causas?

Entre as principais causas da infertilidade feminina encontramos:

  • ausência ou alterações na  ovulação;
  • trompas obstruídas;
  • doenças do útero;
  • alterações ao nível do muco cervical, que dificulta a progressão dos espermatozoides;
  • endometriose;
  • síndrome dos ovários poliquísticos;
  • etc.

Para a infertilidade masculina, as principais causas são:

  • ausência ou diminuição do número de espermatozoides;
  • configuração anormal dos espermatozoides;
  • mobilidade reduzida dos espermatozoides;
  • alterações ao nível da ejaculação (tais como ejaculação retrógrada ou anejaculação;
  • obstrução dos canais genitais;
  • lesões ou anomalias na zona genital.

De notar que, tanto no homem como na mulher, poderá dar-se o caso de a infertilidade ser atribuída a causas desconhecidas. Isto acontece em cerca de 10% dos casos de infertilidade.

O que fazer em casos de infertilidade?

Quando um casal sem problemas de fertilidade conhecidos, em que a mulher tem menos de 35 anos, não consegue engravidar no prazo de um ano, tendo relações sexuais regulares sem recurso a contracetivos, deve marcar uma consulta de avaliação diagnóstico. Isto porque a avaliação da causa da infertilidade é essencial para se perceber qual a alternativa terapêutica mais adequada para o seu caso.

Nesta consulta, será avaliada a competência ovárica e as condições útero-tubárias da mulher e a função espermática do homem, podendo recorrer-se, para tal, a vários exames complementares de diagnóstico, tais como análises ao sangue, ecografia, histeroscopia (avaliação da cavidade uterina) ou espermograma.

A partir daí, será avaliado o tipo de tratamento necessário, que pode ir desde intervenções mais simples, tais como a indução da ovulação, a soluções mais complexas como a Inseminação Intra-Uterina (IIU), a Fertilização In Vitro (FIV) ou a Microinjeção Intracitoplasmática de Espermatozóide (ICSI).

Nalguns casos, os casais poderão ter de recorrer a gâmetas (óvulos ou espermatozóides) doados. É nesta fase que a solidariedade de outras pessoas pode ajudar!

Doação de óvulos e espermatozoides: um ato solidário que pode ajudar casais com infertilidade

Apesar de os tratamentos de fertilidade estarem, hoje em dia, muito avançados, ainda existem casos em que não é possível gerar um embrião a partir dos gâmetas (óvulos e/ou espermatozóides) do casal que deseja ter um bebé. Como tal, é essencial que haja gâmetas doados disponíveis para a realização destes tratamentos.

De modo a contribuir para a manutenção destas reservas, homens e mulheres saudáveis podem, sem afetar a sua própria fertilidade, doar espermatozóides e óvulos em centros de reprodução assistida autorizados pela Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução, como é o caso da CEMEARE. Assim, podem ser dadores:

  • homens entre os 18 e os 45 anos, que sejam saudáveis (isto é, sem histórico de doenças consideradas graves, doenças genéticas ou doenças sexualmente transmissíveis), que não tenham gerado crianças em mais de 8 famílias diferentes;
  • mulheres entre os 18 e os 33 anos, que sejam saudáveis e não tenham doado ovócitos mais do que quatro vezes (sendo que devem decorrer, pelo menos, três meses entre doações).

De salientar que o processo de doação de gâmetas decorre sob sigilo médico, não sendo dado conhecimento da identidade dos dadores aos casais beneficiários e vice-versa. Porém, desde 2019, a Lei da Procriação Medicamente Assistida prevê que “as pessoas nascidas em consequência de processos de PMA com recurso a dádiva de gâmetas ou embriões podem, […] desde que possuam idade igual ou superior a 18 anos, obter junto do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida informação sobre a identificação civil do dador”. Porém, é de salientar que os dadores nunca serão considerados progenitores de crianças geradas com recurso ao seu material genético.

Posso doar gâmetas na Cemeare?

Apesar de, na CEMEARE, realizarmos tratamentos com recurso tanto a óvulos como a espermatozóides doados, apenas procedemos aos tratamentos inerentes à doação de ovócitos. Saiba tudo sobre este procedimento, aqui, e marque já a sua doação.

Seja solidária e ajude casais que sofrem de infertilidade, doando os seus óvulos!